ITAMAR, MELHOR PRESIDENTE DO BRASIL

domingo, julho 03, 2011 1:10 PM Postado por MAM
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 ITAMAR,  MELHOR PRESIDENTE DO BRASIL (II) (o primeiro foi escrito em maio de 2006)


Por Mario Arcangelo Martinelli


Melhor do que elogiar Itamar, agora, falecido foi elogiá-lo enquanto vivia entre nós.

Confira !

No inicio de 2006, especulava-se quem sairia candidato nas eleições presidenciais.
Itamar Franco foi cogitado e logo surgiram vozes a critica-lo e também, algumas a elogia-lo.

Estávamos no segundo grupo. Admirávamos a honestidade e dedicação daquele mineiro de jeito simples, embora , de vez em quando, desse uma “ escorregada”  na linha do maluco beleza.

Publiquei um artigo no meu site analisando os principais ex-presidentes e concluí que Itamar fora o melhor de todos.

Coincidentemente, algum tempo depois, o saudoso Jornalista Mauro Chaves,( do” Estadão “, TV gazeta e vários outros veículos) que veio a falecer em 10 de Fevereiro deste ano,  publicou um artigo no Estado de São Paulo, concordando com a minha opinião.

Trocamos os emails abaixo, que reproduzo em homenagem a esses dois grandes brasileiros : Itamar Franco e Mauro Chaves.

Em seguida, vale a pena ler o artigo do Mauro sobre o Itamar.

de
*      mario martinelli
para
    mauro.chaves

data
     https://mail.google.com/mail/images/cleardot.gif20 de maio de 2006 12:26
assunto
https://mail.google.com/mail/images/cleardot.gif     Re: Itamar
   

Caro Mauro,

Um pouco atrasado faço questão de parabeniza-lo pelo artigo  "Eis Itamar, exemplar" você mostrou coragem em defender o ex-presidente, porque a imagem dele foi "detonada" durante o 2o.  governo FHC, para que se evitasse que a indignação de Itamar com FHC, pela traição da reeleição, abalasse a frágil imagem de "bom moço" do presidente tucano.
 Em nosso site, algumas semanas antes havíamos abordado a opção Itamar como melhor presidente do Brasil, já que os pré candidatos, todos, buscavam paradigmas em Getúlio Vargas e JK.

Mas como eu esperava, Itamar não sairá candidato a cabeça de chapa para presidente, pois é muito consciencioso ou mesmo, sem jeito para a coisa,  para aceitar os inevitáveis "esquemas de financiamentos" das campanhas....

Dê uma espiadinha na matéria no nosso site, na Secção Opinião. Pretendo, em seguida, reproduzir parte de seu artigo lá, se vc não se opor.

 Abraço
Mario Arcangelo Martinelli - advogado



Mauro Chaves para mim
 21/05/06

Caro Martinelli,
mais do que agradecer por sua simpática mensagem, quero comunicar  meu prazer em conhecer seu interessante site.

Estimulante e sem medo de não parecer "politicamente correto". Excelente.
Forte abraço
Mauro Chaves

AGORA LEIA O ARTIGO DO MAURO, NO ESTADÃO :

Eis Itamar, exemplar

Nós éramos uns chatos - e não sabíamos. Criticávamos um chefe de Estado e de governo por sua simplicidade, por seu temperamento às vezes irritadiço ou tempestuoso, por seu excesso de ligação à sua velha cidade e a seus velhos amigos, no que víamos um certo provincianismo. Achávamos que ele não estava preparado para ser presidente da República - imagine! - por ser um assumido monoglota, por não ter um discurso muito articulado e comer um pouco as palavras (como a maioria dos mineiros). Cometemos a maior das injustiças ao azucriná-lo por algo em relação ao que ele não tinha a menor culpa: teria ele olhar de raio-X, como o Super-Homem, para descobrir e barrar quem fosse visitá-lo sem calcinha no camarote presidencial do Sambódromo? Pois é, como que por castigo, hoje temos de agüentar um poder de governo que tem como símbolo mais emblemático os dólares na cueca.
Na verdade, a simplicidade de atitudes, a não-ostentação, a ausência de apego desmedido ao poder, a falta de deslumbramento em relação aos palácios dos quais se tornou temporário inquilino, o não lambuzar-se no melado do poder, o escrúpulo em relação ao dinheiro público, que o levou a sempre pagar a própria comida - qualidades essas, antes poucos valorizadas, do ex-presidente Itamar Franco -, deveriam hoje servir de modelo a todos os governantes do País. Mais importante do que isso, no entanto, é o fato de jamais terem surgido suspeitas de participação de Itamar em esquemas de corrupção, caixa 2, tráfico de influência, cambalachos, maracutaias e falcatruas de nenhuma espécies. Dele não passaram nem perto as quadrilhas, os integrantes da administração de currículo magro e prontuário gordo. Ele soube escolher seus auxiliares com o discernimento que norteia qualquer administrador que disponha de um mínimo de lucidez - e, por isso, jamais permitiu entregar o patrimônio coletivo à sanha esfomeada de uma cambada de ladrões.
Num momento em que o meio político-administrativo brasileiro (com as parcas exceções de praxe) se tornou o hábitat preferencial dos piores rebotalhos morais de nossa sociedade, o retorno de Itamar Franco à cena política não deixa de representar um certo refrigério ético espargido sobre a Nação. Por outro lado, consciente das próprias limitações, desprovido de pretensões messiânicas, sem nenhum traço da hoje tão nossa conhecida "arrogância da ignorância" - até porque o engenheiro detém mais conhecimentos do que demonstra -,Itamarlogomarca de seu famoso topete capilar.
Itamar foi um presidente de postura simples, mas altaneira. Jamais se permitiu a bajulações ideológicas, muito menos se tornou subserviente a outros chefes de Estado e de governo capazes de, escalando a própria pequenez, impor humilhantes genuflexões à antes respeitada diplomacia brasileira. Neste sentido, sua República do pão de queijo tinha aparente suavidade, mas a necessária consistência para não cair na fantasia pretensiosa da hegemonia sul-americana nem no ridículo alinhamento terceiro-mundista. A maior prova de que sabia administrar seus colaboradores é que o mesmo que foi seu eficiente chanceler (o coitado do Celso Amorim), hoje, sob outra administração, chancela a política externa mais desastrada (e humilhada) que o País já teve em toda a sua História.
Atualmente, contrariando as expectativas de muitos que já o consideravam carta fora do baralho, político caboclo, o ex-presidente tem-se revelado extremamente lúcido, vigoroso, bem informado, atualizado em relação aos problemas do Brasil e do mundo. Também tem lançado luzes e reconduzido à "realidade dos fatos" alguns temas - econômicos, políticos, energéticos (como o dos catinguentos gases bolivi-bolivarianos) - que já bem conhecia em seu tempo de governo.
Mauro Chaves foi jornalista, advogado, administrador de empresas, escritor e produtor cultural.




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