A BUSCA DO SOL NASCENTE

terça-feira, março 04, 2014 8:15 AM Postado por mario arcangelo martinelli
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Minha subida ao morro do elefante :

Passei o fim de semana em Campos do Jordão. De manhã, logo cedo, aproveitei para fazer caminhadas....
Hoje acordei inspirado e pensei : vou subir o morro do elefante! E lá fui eu...a subida foi difícil, mas me surpreendeu que a fiz com certa facilidade, parando apenas de quando em quando para beber água.

Quando cheguei próximo ao topo, onde tem um mirante, pensei : ao invés de ir ao mirante, vou ao palácio do governo (como sabemos tem ali a residência de inverno). Peguei um desvio e fui.

Andei por mais uns vinte minutos e nada de chegar ao palácio. O caminho passava por meio de bosques e vales, muito lindo.

Então parei e decidi voltar, pois talvez, estendendo tanto a caminhada, faltassem forças para o caminho de volta.

Quando fiz a volta, aconteceu algo inusitado. Percebi a presença de vários espíritos do povo da mata, como se diz dos índios.

Todos muito felizes e alegres. Tinham um líder - cacique? - com muita luz e junto percebi outros espíritos de luz, meus protetores.

Foi uma alegria! Me circundaram , abraçaram e eu fiquei muito feliz e grato pela presença.

Então me veio a mente uma mensagem que eu deveria transmitir:

Em uma aldeia, bem no meio da mata distante, vivia uma tribo de passado poderoso...já tinham sido mais de 200 mil e pouco a pouco foram morrendo...na época dos fatos restavam menos de 2 mil...

Todo inverno desencarnavam muitos, principalmente os idosos, crianças e mulheres grávidas.

A caça sumia, as frutas acabavam, as raízes secavam. A fome enfraquecia a todos.

Num dado momento o page' procurou o Cacique e confessou que suas raízes e magias, não salvariam a tribo dos rigores do próximo inverno....

O que fazer, perguntou o cacique?

"Vamos levar o povo para onde o sol nasce. La' não tem inverno" , sugeriu o page' ....

O Cacique, sábio e experiente, pensou, pensou por várias luas e depois decidiu : não correria o risco de abandonar as ocas e submeter seu povo a essa empreitada arriscada...muitos com certeza morreriam pelo caminho desconhecido...

Mas pensou, temos que fazer alguma coisa e decidiu enviar uma patrulha de guerreiros e guerreiras, para " baterem" o caminho e procurarem o deus do sol nascente.

Partiram então 20 guerreiros em direção ao sol nascente. O caminho no meio da mata, era muito difícil. Passadas algumas semanas, uma parte da expedição começou a duvidar se encontrariam o sol nascente...



Um noite, após muita discussão, metade dos guerreiros, alegando que tinham mais fé na medicina do page' decidiu voltar...

Os demais, disciplinados e acreditando na sabedoria do cacique decidiram seguir em frente, até a morte, se necessário..

Aqueles que voltaram, ao chegarem na aldeia, desanimaram o povo, embora alegassem sua fé na medicina do page'...O cacique ficou triste, mas ainda tinha esperança no restante da expedição...

Então aconteceu o inesperado : os guerreiros que continuaram na missão alcançaram , depois de muitas luas, uma pequena vila de lavradores...

Ali, usando a linguagem dos gestos e contando com a boa vontade dos caboclos, que entenderam a missão de paz, contaram o drama de seu povo na mata....

Os caboclos então explicaram que o sol nascente fica muito, mas muito longe e que nunca chegariam lá vivos....

Mas extremamente penalizados com a sorte daquela tribo que jamais tinha dado qualquer sinal de agressividade, os caboclos decidiram ajudar e dispuseram a enviar expedição de volta a tribo, acompanhando os bravos guerreiros e guerreiras.. . Oferecendo ajuda e orientação....

Então pegaram muitas ferramentas, sementes, provisões, raízes e plantas medicinais, e foram mata a dentro de encontro ao sábio cacique....

E foi assim que, ensinando os índios a usarem ferramentas e sementes, salvaram a tribo das agruras do próximo inverno....

A moral que eles passaram no final da história:

Se amamos nossos semelhantes, temos que ter coragem para sair, lutar, aprender e evoluir, para depois podermos passar esse conhecimento e aprendizado para os que ficaram para trás.

Assim, não devemos nos fixar em nossos costumes antigos, temos que evoluir, para o nosso bem e para o bem de nossos semelhantes.

Voltei e desci o morro sorrindo, na companhia dos alegres amigos da mata, quando cheguei em segurança nas ruas da cidade, se despediram se mim com muita paz e alegria...

Então....não abandonemos jamais a missão....ajudemos a salvar as pessoas através do conhecimento e da dedicação...tenhamos a fé dos guerreiros que persistiram...não nos apeguemos aos velhos hábitos...

Sinceramente, foram cerca de duas horas maravilhosas e eu, destreinado nas caminhadas, me senti extraordinariamente bem disposto e feliz.

Mario Arcangelo Martinelli

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