DESAFIO FINAL

terça-feira, agosto 19, 2014 10:13 AM Postado por mario arcangelo martinelli
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D E S A F I O
                              
No corre-corre da vida, na luta'diária pela sobrevivência. vamos sendo carregados de roldão pelo desenrolar dos acontecimentos, assistindo, atônitos, às conquistas 
tecnológicas que os jornais diariamente noticiam, ao lado das tragédias individuais e coletivas de todo o tipo.
Raramente temos o tempo e a serenidade para parar e meditar um pouco sobre o passado e o futuro.
Voltando~nos ao passado, não precisamos ir longe, mas apenas a cem anos atrás. 
Como viviam nossos antepassados de então?
Nas ruas mal iluminadas por lampiões de gás e raramente calçadas com pedras, trafegavam bondes e carruagens puxadas à cavalo. 

As notícias mundiais demoravam sema- 
nas para percorrer as distâncias que separavam os grandes centros.

Somente aos abastados cabia o privilégio da casa própria, de cavalos, roupas, alimentos abundantes e acesso à educação, livros e teatros.
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Morriam milhares de pessoas de simples gripes infecciosas, pois os antibioticos não eram ainda conhecidos, hospitais eram alcançados por relativamente pequeno número de pacientes. A maioria ficava em seu leito de dor, tentando curar as mazelas com panaceias de dedicados farmacêuticos.
Hoje, nas ruas asfaltadas e iluminadas por potentes luminárias de mercúrio, trafegam milhões de rápidos veículos, enquanto que os velhos bondes puxados à cavalo deram lugar aos metrôs amplos e silenciosos. 
Nos céus, os aviões passam a todo instante, ao mesmo tempo em que mais longe, os satélites facilitam a imediata comunicação com qualquer parte do globo terrestre. A lua, deixou seu aspecto romântico para ser tocada pelo homem em viagens interplanetárias. 
A televisão traz para dentro do lar informação e entretenimento variado.
.
A medicina socializou-se e está apta a resolver a grande maioria das doenças que afligem a humanidade.
     A química e a informática assombram o mundo diáriamente 
com suas conquistas.
Contrastando, porém, com tudo isto, existe o outro lado da
medalha; 
há fome, 
violência, 
pobreza, 
caos econômico,
injustiça, 
corrupção,
guerras absurdas, 
doenças insidiosas, tudo o mais. 


O que esperamos para o futuro? Apenas mais progresso tecnológico?

Aparatos bélicos mais eficientes? Para que, se hoje vivemos sob a espada de Dâmocles? 

Basta alguém, em algum lugar do. mundo, apertar o botão errado, disparando um misseI, para toda a Terra ser imediatamente destruÍda em gigantesco confronto nuclear.

Não, não é isto que certamente almejamos.
   Nós queremos apenas um mundo melhor, onde haja paz e oportunidades iguais de trabalho, educação, cultura e saúde. 
    Queremos um mundo sem preocupações com a segurança pública ou privada, sem fome, sem doenças epidêmicas, sem exércitos porque provávelmente seríamos todos cidadãos de um mundo sem fronteiras. 
    A humanidade seria harmonicamente dirigida por um conselho de seus mais nobres, competentes e experientes cidadãos, livremente escolhidos, sem qualquer pressão.
  A abundância seria repassada para onde há a escassez. A alma   humana estará preocupada em evoluir, aprimorar-se moral e intelectualmente de forma equilibrada. 
A Lei sica seria "amai ao próximo como a ti mesmo", de maneira que não faça a alguém algo que não quereria que lhe fizessem.
Este é o mundo ideal que aspiramos e que, temos certeza, já existe em algum lugar do universo. 

A nossa Terra, o nosso lar-planeta, poderia galgar tal estágio, bastaria que todos nós o quiséssemos.
Mas você quer? 
Teríamos eu e você a necessária aptidão para. vivennos em tal mundo? 
Saberíamos todos respeitar os pontos máximos de amor e fraternidade? 
Conseguiríamos nos afastar daquilo que nos agrada neste mundo corrompido? 
Deixaríamos de fumar, porque é nocivo à saúde, de beber porque não devemos entorpecer nossos sentidos? 
Saberíamos respeitar os direitos de "nossos próximos" , abriríamos mão de algumas facilidades individuais que conseguimos, em benefício da coletividade?
Abandonaríamos os maus hábitos alimentares e não nos deixaríamos atrair pela sensualidade animal? 
Saberíamos viver em tal mundo, ou quem sabe, apenas nos comportaríamos qual selvagens que pela primeira vez adentram em uma cidade grande? de nossas "pequenas" e "deliciosas" inferioridades? 
Este maravilhoso novo mundo sem trombadinhas, traficantes e viciados não seria, entretanto, considerado por nós monótono sem o consumismo, sem ambições pessoa pessoaís e sem boemia?
',.

Saberíamos respeitar integralmente o nosso semelhante?
Este é o grande desafio. Muitos de nós preferirão o mundo tal qual ele é hoje.
E você, pensou qual seria a sua posição diante do desafio supremo? 
Conseguiria recusar a maça e permanecer no paraíso?
Pense bem, no assunto, pois talvez esteja chegando o momento de nós fazermos novamente essa escolha.
Olhe bem no espelho de sua alma e talvez ainda reste tempo para você se preparar para enfrentar a hora da verdade, do quem é quem, .da definição, dos pingos nos iiis.

 Você quer galgar o cume da colina ou quer permanecer no sopé.  chafurdando-se no lamaçal de inferioridades em que temos nos  refestelado?

 Este é o verdadeiro desafio

  J. J. Xavier


  (escrito e datilografado em 1966)

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