POR QUE VOCÊ SOFRE?

terça-feira, novembro 13, 2012 6:55 PM Postado por mario arcangelo martinelli
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Sofrimento...tema difícil.

Muita gente nem vai passar da leitura do título.

A não ser...que você esteja sofrendo, neste momento. Sofrendo "o que" ou "de que"? De tanta coisa...nem preciso explicar. Dores físicas, emocionais, até filosóficas ou, mesmo, fraternais.

Pergunta-se "por que ? " e "para que" ? Bom, sabemos que o ser humano é impulsionado por duas forças básicas : O prazer e o sofrimento.

Buscamos repetir tudo o que nos dá prazer e evitar tudo o que nos faz sofrer. É isso! O sentido do sofrimento é corrigir nossos rumos, direcionarmos para alguma ação ou fazer com que evitemos alguma situação.

Portanto...por que você sofre ? A resposta está na sua frente : onde (a que) esse sofrimento me leva ? de onde (de que) esse sofrimento me afasta ?

O bem sofrer eleva a condição espiritual e humana da pessoa. O mau sofrer a diminue ou até mesmo a destrói.

É claro que nesse ponto vale as concepções religiosas, quem não recorre a elas em um momento difícil? Vejam a concepção de sofrimento do Chico Xavier.


Eu, Mario Arcangelo Martinelli, de minha parte, já vou meditar sobre os "por ques" das minhas mazelas e também das minhas alegrias.


Fiquem com o Chico :
Nessa entrevista, concedida em 92 a extinta TV Manchete, o médium Chico Xavier fala do sofrimento e de como ele convive com seus problemas de saúde.

“A Mediunidade não me Exime das Lutas Naturais de Qualquer Pessoa”


Tv Manchete - Por que pessoas que fazem tanto bem para a Humanidade, como a Irmã Dulce, tem uma morte tão sofrida?



Chico Xavier - Lembrando com muito respeito e reconhecimento a Irmã Dulce, nossa patrícia, nós perguntamos: E por que o sofrimento de Jesus no lenho? !

Ele era o guia da Humanidade e, a bem dizer, um anjo protetor da comunidade humana.

É que nós necessitamos de uma interpretação mais exata do sofrimento em nosso caminho diário.

Creio que todos nós devemos pagar o tributo da evolução, no agradecimento à Divina Providência dos bens que desfrutamos.
E nesse particular, se é possível, eu peço licença para recordar o meu próprio caso.

Eu sempre tive uma vida normal, como a de tantos seres humanos. Entretanto, com uma labirintite que me apanhou há 3 anos, sou agora praticamente um paraplégico, porque tenho as minhas pernas constantemente doloridas e inúteis.

Mas reconheço que estou com 82 anos de existência física, a caminho dos 83, tenho muita alegria de viver e tenho muita satisfação pela oportunidade de conhecer uma doença que me priva da vida natural de intercâmbio com os próprios familiares.

Um paraplégico que se habituou a usar muletas nos visitou há dias e me perguntou:


“ Chico Xavier, eu sou um leitor das páginas mediúnicas que você tem recebido... Indago a você por que é que Emmanuel, um Espírito benemérito; por que é que André Luiz, um médico de altos conhecimentos; por que é que Meimei, uma irmã que foi a professora devotada da infância e da mocidade; por que é que o Dr. Bezerra de Menezes, que continua sendo, na Vida Maior, um médico do mais elevado gabarito e que é seu amigo – por que é que eles não curam você?”



Eu disse assim:


“ Meu amigo, graças a Deus, eu não me sinto com privilégio algum... A mediunidade não me exime das vicissitudes e das lutas naturais de qualquer pessoa dos nossos grupos sociais”.

Penso que essa moléstia tão longa e tão difícil é um ensinamento de que eu necessito, porque, quando chegar à Vida Espiritual, breve como espero, e algum Instrutor me perguntar:

“Chico Xavier, você nunca teve uma moléstia grave que durasse longo tempo?...”

Eu vou dizer: “Sim, fiz 80 anos e, depois do dia em que completei 80 anos, começou a defasagem do meu corpo físico...”

Mas isto é muito natural em qualquer pessoa, especialmente na pessoa idosa. É uma crucificação gradual e que eu necessito, para não ficar envergonhado no Além, quando eu chegar à convivência dos nossos irmãos já desencarnados...

Eu quero não sentir vergonha de nunca ter sofrido... Mas para mim isto não é sofrimento. Tenho muitos bons amigos, cultivo a amizade com muito calor humano, gosto muito da vida e sei que vou continuar vivendo... Se Jesus permitir, os médicos desencarnados lá me ofertarão, talvez, quem sabe?, alguma melhora ou, se a doença continuar, eu devo saber que é a Vontade de Deus, é o Desígnio Divino que nos deu a felicidade da vida...

Então, eu estou aqui com vocês na maior alegria e creio que nenhum escutou de mim qualquer queixa, porque estou muito bem.

Não me falta alimentação, não me falta medicina, os médicos amigos me tratam estudando a moléstia com muita atenção, me proporcionando as melhoras possíveis...

E eu continuo há 2 anos na condição de paraplégico, mas estou muito feliz e, creio eu, estou muito longe da grandeza espiritual da Irmã Dulce, não tenho nada a me queixar, e sim agradecer; eu creio que ela também terá sentido muita felicidade ao se ver libertada do corpo doente. Se ela puder – eu compreendo-, ela, sendo possível, nos auxiliará
.




Transc. Parcial da entrevista concedida à TV Manchete, de Uberaba, Minas, em 11 de maio de 1992 Anuário Espírita - 1995
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