A ESCURIDÃO DA LEI SECA DAS DROGAS
sexta-feira, janeiro 28, 2011
8:41 PM
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MAM
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Mario Arcangelo Martinelli
A LEI SECA DAS DROGAS
(por Mario Arcangelo Martinelli)
Talvez os mais jovens não estejam muito informados sobre a Lei Seca americana, que vigorou por algum tempo nos anos 30.
Claro que não nos referimos à Lei Seca Tupiniquim, de proibir direção de autos sob os efeitos do alccol, que é muito adequada e correta.
Nos referimos a Lei que proibia a fabricação, venda e consumo de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos.
Sob o manto dessa Lei, surgiram as poderosas quadrilhas e máfias americanas.
As quadrilhas ficaram poderosas, numerosas, super equipadas e estendiam sua influencia sobre as comunidades mais carentes, principalmente, imigrantes, explorando-as e vendendo proteção e apadrinhamento.
Sua influencia se estendia às estruturas policiais e políticas do Estado, espalhando corrupção e comprando impunidade.
O Governo Americano bem que tentou dominar esse " negócio" com a força.
Equipou o FBI , com homens, armas, tecnologia e poder. Criou os "intocáveis" .
E assim foi, até que o contribuinte americano se fartou da farra e exigiu a revogação daquela lei insana e inútil.
Pois quem gostava da dita, bebia mesmo, só que sabe-se-la que tipo de bebida fabricada em alambiques clandestinos, sujos, ou trazidas de contrabando.
Alguma semelhança com o que vivemos hoje com relação às Drogas??
Temos defendido a legalização das drogas, há mais de 10 anos.
Nunca consumimos, qualquer tipo de droga, pessoalmente.
Portanto nossa defesa é em puro beneficio da sociedade brasileira e também da humanidade.
Com a legalização as drogas passarão a ser produzidas por laboratórios idôneos, legais, sob normas técnicas.
Sua distribuição será normatizada e controlada.
Ao invés de o Estado gastar bilhões na vã tentativa de combater os narcotraficantes, irá arrecada-los para aplicar em beneficio dos dependentes.
E quem praticar crimes sob influencia de drogas, será punido na forma da Lei, como acontece hoje com dependentes do álcool.
Agora, a maior força contra a legalização vem de setores que vivem ou do tráfico ou do seu combate.
Sim, porque foram criadas mega estruturas estatais para o combate às drogas, com premiações, poder e altos salários.
Servem até para abastecer os arrecadadores das receitas federais mundo afora, com o pretexto de coibir a tal ” lavagem de dinheiro”.
Hoje felizmente, luzes vem formando uma onda de racionalidade que irá, com certeza sair vencedora dessa batalha inglória de tratar o problema droga/usuários, da forma correta e inteligente.
Assim é que vale destacar o artigo publicado pelo inquestionável Carlos Heitor Cony,na Folha de S.Paulo de 27/01/2011 que reproduzimos a seguir.
Mario Arcangelo Martinelli
CARLOS HEITOR CONY
A droga das drogas
RIO DE JANEIRO - Um funcionário do segundo escalão foi demitido por ter dado entrevista sobre a legalização das drogas. A punição não foi pelo conteúdo. Se cada funcionário, sem autorização, falar o que quiser sobre ações do governo, merece o afastamento da nova equipe formada pela presidente.
Mas o assunto está encravado na agenda nacional. Em Genebra, um ex-presidente tomou parte num congresso internacional que está discutindo a medida, ele próprio já revelou que é favorável à legalização. Muita gente também é, em todo o mundo.
Trata-se da única maneira de acabar com a guerra do crime organizado. Não é a produção, distribuição e consumo das drogas que criam um Estado dentro dos Estados. Proibidas, formam uma rede marginal que entra em permanente conflito contra a polícia e contra as próprias células de produção e distribuição. O consumo, embora prejudicial como o do fumo e do álcool, não é criminoso.
Malefício por malefício, o fumo pode provocar câncer. O álcool afeta o comportamento social e causa doenças mortais, como a cirrose. Grande parte dos acidentes de trânsito e rixas pessoais na vida comum tem como causa o consumo exagerado do álcool.
O exemplo da Lei Seca nos Estados Unidos provocou histórica onda de crimes, tema recorrente que até hoje o cinema explora.
Com as drogas liberadas e taxadas pelos governos, será tirado o pão principal do crime organizado em todos os seus escalões, desde os pés-sujos que traficam a droga no violento varejo, até os poderosos chefões que investem no atacado clandestino.
Quanto aos consumidores, com os impostos recolhidos pelos governos sobre o comércio legalizado, poderão ser assistidos por clínicas especializadas e campanhas bem sucedidas como a da Aids e a do fumo.
E você , vai ajudar a acender a luz ?
Mario Arcangelo Martinelli
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